A serra Amarela integra-se no maciço granítico do Gerês (maciço antigo) no noroeste de Portugal continental. Em termos morfo-estruturais
o maciço antigo, cobre cerca de 70% do território nacional, caracteriza-se essencialmente
pela baixa capacidade de infiltração devido ao tipo de rochas abundantes.
No norte de Portugal, as serras do Gerês, Peneda, Soajo e Amarela (montanhas
concordantes), constituem uma autêntica barreira de condensação. Os ventos húmidos
atlânticos, são forçados a ascender as encostas voltadas ao mar. Neste
processo, o ar arrefece, criando-se condições de condensação do vapor de água. Formam-se nuvens e haverá grande probabilidade
de ocorrência de precipitação. Após ultrapassar a maior barreira de condensação
do norte de Portugal, os ventos continuam o seu percurso menos húmidos. Nesta zona
geográfica verifica-se a existência de um micro-clima, com os menores valores
de temperatura média anual, o maior número de dias com precipitação e os
valores mais elevados de precipitação, cerca de 2600 mm, á imagem do que se
verifica na cordilheira central (serra da Estrela, Açor, Lousã e Gardunha). Em termos
faunísticos, não diverge muitos dos restantes sistemas montanhosos do parque
nacional da Peneda-Gerês, devido á relativa proximidade e paridade do coberto
vegetal existente. A sua riqueza ecológica, paisagística, geomorfológica,
educacional, e cientifica evidência e difunde o reconhecimento, por parte das
autoridade nacionais e internacionais, elevando a responsabilidade de gerir, conservar,
valorizar e divulgar uma área com vários ecossistemas praticamente inalterados,
onde a rainha é a vida selvagem.