Tesouro português

A região do alto Douro vinhateiro detém condições únicas para a criação de um produto único (vinho do porto). Os padrões climáticos muito peculiares desta região, verões extremamente quentes (4/5 meses secos)  e invernos muito frios, com valores de precipitação reduzidos (amplitude térmica anual forte), a qualidade do solo e o trabalho árduo de milhares de homem e mulheres ao longo de três séculos, são os principais factores de diferenciação dos jardins suspensos do alto Douro. As rivalidades económicas entre os estados europeus, estimularam o aparecimento de medidas de protecionismo económico. As medidas empreendidas pelo Conde da Ericeira, em Portugal visavam fomentar a indústria nacional, equilibrar a balança comercial portuguesa e reduzir fortemente a dependência de lanifícios ingleses. No entanto devido à pressão dos interesses quer da nobreza fundiária quer dos comerciantes britânicos, em 1703 foi assinado o tratado de Metheum, entre Portugal e Inglaterra, no qual o Portugal comprometia-se a aceitar sem restrições os panos de lã e outros lanifícios ingleses. Em contrapartida, Inglaterra reduzia as taxas alfandegárias sobre os vinhos nacionais, a partir de então os vinhos provenientes de Portugal, passaram a gozar de condições vantajosas quando exportados para aquele país. Com este tratado Portugal prejudicou a sua nova indústria, mas estimulou grandemente os viticultores que aumentaram e apuraram a sua produção. O vinho do Alto Douro (vinho do porto), ganhara novos mercados e apreciadores, em terras de sua majestade. Apercebendo-se das potencialidades deste produto, Marquês de Pombal,  legislou no sentido de fomentar a produção e exportação do vinho do Alto Douro, entre as medidas tomadas contam-se a criação da região demarcado do Alto Douro vinhateiro (primeira região vinícola demarcado do mundo) e a fundação da companhia dos vinhos do Alto Douro. Em 2001 a Unesco reconheceu este vasto e ímpar tesouro, como património material da humanidade, uma área que possui nos socalcos a identidade de um povo, que construiu a beleza natural, cultural, socioeconómica e educacional que são os jardins multicolores do Douro internacional.