Mega empreendimento energético

barragem das três gargantas, no rio lansequião (maior rio da Ásia), na república popular da China, tem capacidade para produzir energia para metade do país. A albufeira apresenta uma extensão de 643,7 km e uma largura média de 11 km, cerca de quatro vezes maior do que o Alqueva (maior lago artificial da Europa). As barragens são barreiras engendradas que inibem as rotas migratórias da fauna piscícola, impossibilitando a reprodução/desova da fauna subaquática, fomentando um retrocesso do ciclo ecológico. A água estagnada ostenta condições vantajosas para a condensação de insectos, nomeadamente mosquitos (nematocera), evidenciando um possível e futuro acréscimo de patologias inerentes à concentração excessiva de nematoceras. A eutrofização (aparecimento /desenvolvimento de algas verdes, que absorvem todo o oxigénio, acabando por matar a fauna piscícola), este processo acentua-se sazonalmente (verão), no entanto, a estagnação da água em convergência com os elementos externos que vão interagir directamente com a sua composição físico-química, colocam em causa a qualidade da água consumida e a sobrevivência dos seres vivos que dela necessitam. A subida do nível da água em 2009, após a finalização do empreendimento energético, destruiu toda a vegetação ribeirinha, obrigou ao realojamento de cerca de 1,9 milhões de pessoas, de duas cidades, onze vilas e cento e dezasseis aldeias, inundou também cerca de 28.800 hectares de terrenos agrícolas férteis, dos quais careciam muitas famílias. O controlo dos caudais de cheias sazonalmente, o aproveitamento turístico-balnear , a grande capacidade de produtividade eléctrica e a consequente redução das emissões de carbono(centrais termoeléctricas) , conduziram ao veredicto positivo, quanto á construção da barragem das três gargantas(maior obra humana de sempre). A edificação de descomunais empreendimentos, deveriam ter sempre em conta o respeito pela biodiversidade existente, mas a promulgação de medidas de contra-partida, tão importantes como a grande necessidade de redução das emissões de carbono, domam, por vezes, a protecção aparente da biodiversidade. Ambas as questões, devem ser paralelamente ponderadas, não devemos obviamente continuar com a proliferação de empreendimentos energéticos, mas sim aumentar a capacidade de produção energética das barragens existentes.